A fugaz ascensão da internet não trouxe
consigo apenas benefícios, anexo a eles vieram os problemas sociais, o
relativismo indenitário e o uso patológico do meio
Tudo
é cíclico. A linguagem escrita que parecia ter ficado para trás no interesse
das pessoas, com o advento de mídias como o rádio e a TV, voltou a ser
interessante com a fugaz globalização da internet. Antes cartas, agora chats e
e-mails. O processo linguístico é o mesmo, o que houve apenas foi uma adequação
de linguagem.
A
internet age energicamente na vida de milhares de indivíduos em todo o planeta.
Suas influências vão além de ideológicas, e passam a ser inclusive
institucionais. A sociedade está em um processo de adaptação, em que as
relações humanas se tornaram confusas: Não há mais uma definição precisa de
relacionamentos e os papeis sociais de seus representantes.
Com
a ascensão deste meio revolucionário, surgiu o uso patológico da rede. Isto
ocorre quando muitos deixam de desenvolver tarefas consideradas fundamentais
para ficarem conectados. Casais, amigos, familiares trocam o contato pessoal
pela conversa nos chats das Redes sociais.
Quais são os efeitos dessa mudança?
Os
jovens e adolescentes são os mais afetados. Neles, o processo de formação da
subjetividade e do conhecimento ainda estão em desenvolvimento. E nesse período
de adaptação, a sociedade ainda não está preparada para lidar com os possíveis
malefícios do uso e dependência deste novo meio de comunicação.
O
feedback online é seco. Uma geração com deficiência de contato face-a-face,
pode tornar-se uma geração ingênua, e com dificuldades para analisar o que é
inferido na personalidade do outro.
Muitas
pessoas passam horas conectadas à rede. Mas o que vai definir se o uso da mesma
será prejudicial ou não, é a forma em que será utilizada e não o tempo. A
internet pode ser ótima para facilitar tarefas simples do cotidiano, como
pesquisas rápidas e conversas complementares; e péssima se for utilizada como
substituta de conversas mais pessoais como em relacionamentos.
Ortografia
É
tendência do ser humano buscar o que é mais fácil. A abreviação de termos é
consequência dessa busca que é evidenciada na sociedade não apenas na escrita,
mas principalmente na oralidade.
Assim,
acreditar que as redes sociais são as únicas causadoras dos problemas
ortográficos da população é uma heresia. A linguagem predominante nas mídias
sociais é o coloquialismo, então é natural em conversas rápidas na rede, a
troca do “você” pelo “vc”, da mesma forma em que na oralidade coloquial é
aceitável a substituição do termo pela última sílaba tônica “cê”.
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Texto de Renan Bini |
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