O dia começa cinza, nem tão escuro e nem tão claro. São
vários tons de cinza, mas também não são 50. Olho para o lado e Christian Grey
não está ali. Definitivamente, não são 50. Uma vontade indiscutível de ficar na
cama. Não de dormir, por que o sono já acabou. Mas ficar ali, brisando, sem se
preocupar com nada. Ouço barulhos estranhos lá fora. Não consigo, não tenho
forças para me mover.
Os olhos custam abrir, há uma força maior que segura meu
corpo na cama, parece até sobrenatural. Onde estão os irmãos Winchester para me
salvar desse monstro? Tento me esticar e espantar essa coisa que insiste em me
perseguir, mas isso quer minha companhia. Não quer me deixar ir.
- Mas eu tenho que
levantar e ir, digo eu, com firmeza.
Ela não me escuta e contínua a me segurar ali. Me dá um
capote e me enrola na coberta, como se fosse um enroladinho de salsicha.Me faz
virar para o lado e fechar os olhos. Eu reluto, digo não, não posso.
De repente um som vem ao meu auxílio. Paradise City
começa a tocar, meu celular está tentando me salvar. Foram os deuses das pobres jovens sem força, que
o mandaram ao meu socorro? A partir de hoje vou chamá-lo de Coragem, o celular
covarde. Covarde por que ele parou de tocar. Me abandonou.
Ele estava em baixo do meu travesseiro, estranho. Será a
fada do dente que errou de casa? Ou fui eu que o coloquei despertar na noite
passada?
Noite passada? Mas que dia é hoje? Não não, não pode ser.
Agora tudo faz sentido. Jantar, vinho,
vinho, vinho e vinho, show do Iron Maiden na Globo? Talvez. Mas do vinho eu
lembro.
Dou um pulo e me recordo. O monstro que não me deixa ir,
só pode ser o 7° pecado capital. Não há Winchesters que me salve. Quem sabe o
anjo Castiel? Acho difícil, ele está em batalha no céu. Dou-me um tapa na cara.
Ops, acordei. Era a danada da preguiça!
E se ela esta aqui, ah, as notícias não são boas.
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