Segundo a agência do trabalhador, apesar do número de desempregados, o mercado de trabalho em Cascavel precisa de profissionais.
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), até maio deste ano foram criadas 2.671 vagas de emprego em
Cascavel, sendo o setor de serviços, o responsável pela abertura da
maior parte: 1.186 oportunidades. Além dos novos postos de trabalho,
existem vagas em setores, aos quais a cidade já apresentava demanda de
profissionais. Segundo a diretora da Agência do trabalhador de Cascavel
Claudete Ferreira “há muitas vagas de emprego, principalmente na área de
indústria e comercio”.
Paralelo
às vagas ociosas, muitos não conseguem trabalho, como é o caso da
estudante Débora Teixeira, 18. Para a jovem o problema do desemprego é
causado pela falta de experiência dos candidatos a vaga, e até mesmo ao
preconceito dos contratantes: “As empresas deveriam dar mais chances a
quem procura o primeiro emprego, para que elas também possam adquirir
experiência e não levar tão em conta a aparência, pois muitos não
conseguem emprego pela forma física, as roupas que usam e até mesmo pela
cor da pele”.
A
também estudante Priscila Aguiar, 19, adentrou ao mercado de trabalho
durante a realização desta reportagem, para ela a “escolha certa da
roupa e ser coerente durante a entrevista” foi fundamental em sua
contratação, além disso, de acordo com a jovem “cursar algo na área em
que você procura também é importante, e principalmente se esforçar e não
desistir, se alguma coisa não der certo, tem que continuar tentando”
afirma Aguiar.
Segundo
o Historiador, Mestre e professor da Univel Marcelo Hansen, múltiplas
são as causas do desemprego: “a falta de qualificação de muitos
trabalhadores, motivos econômicos nacionais e internacionais, bem como
uma necessidade de manutenção de uma reserva”, considerando esse
aspecto, o desemprego é uma forma de manter o piso salarial baixo
“através de uma relação de oferta e procura”, relata Hansen.
O
desemprego é extremamente prejudicial para a economia. De acordo com a
economista Gressieli Fazoli, o problema afeta diretamente o consumo da
população “reduzindo substancialmente o poder aquisitivo, isso repercute
na produção, desestimulando-a, afetando a renda, o consumo e também a
produção”. Para Fazoli, quando ocorre a queda nesses elementos tem-se a
recessão econômica, nesse contexto, taxas de desemprego expressivas são o
sinal claro que a economia não está enfrentando uma situação favorável.
Para
a economista, em Cascavel, a o desemprego é resultado da falta de
investimentos do governo, para a instalação de novas empresas no
município, bem como políticas públicas eficientes, que visem a geração
de trabalho e a qualificação profissional direcionada efetivamente “nas
áreas que possuem vagas de emprego abertas no mercado de trabalho, que
muitas vezes não são preenchidas em função do não enquadramento da mão
de obra com as especificações do cargo”, afirma Fazoli.
Contrário
ao preconceito de muitos que consideram os programas de auxilio do
Governo Federal (bolsa família, Prouni entre outros) como estímulos ao
desemprego, o historiador Marcelo Hansen afirma que os programas
“contribuem para a geração de capital primário, estimulando o consumo
das classes D e E”, assim, esse dinheiro não ficara retido nestas
camadas, mas, “volta para a economia na forma de tributos ou de
aquisição de variados produtos e créditos”, analisa Hansen.
O que deve ser feito?
A
economista Gressieli Fazoli afirma que para acabar com o problema do
desemprego, é necessário que a prefeitura municipal de Cascavel
“identifique as potencialidades mais atrativas da cidade, e motive as
empresas a se instalem aqui”, bem como o incentivo as já existentes,
para que ampliem as suas atividades, gerando mais postos de trabalho
formais na economia local.
Já
o historiador Marcelo Hansen, analisando o contexto histórico e os
“benefícios” que o problema possibilita ao governo e empregadores (a
reserva de mão de obra impede o aumento de salários), acredita que
talvez seja impossível sanar o problema. Para ele, “as ações por
intermédio do Estado, estimulando a produção e consumo internos, a
exportação, as medidas de programas como Minha Casa, Minha Vida, as
reduções de impostos com IPI, podem reduzir o problema, estimulando o
consumo, e a geração de empregos na construção e na indústria, mas não
acabar com o problema”.
Exigências do Mercado de trabalho
Assim
como o mundo mudou, e nós exigimos tudo cada vez mais rápido, o mercado
de trabalho também é assim, e necessita de profissionais pró ativos. De
acordo com a tecnóloga em Processos gerenciais Jéssica Gonçalves, “o
mercado espera pessoas que dominem várias áreas, desde a informática,
internet, ao menos um idioma estrangeiro, e principalmente sua área”.
Para
complementar estas qualidades, Gonçalves destaca a necessário de o
profissional possuir competências comportamentais, ou seja: “ser maduro
emocionalmente, ter flexibilidade de se adaptar às mudanças, capacidade
de trabalhar em equipe e manter um bom relacionamento com os colegas,
comprometer-se de fato com os objetivos, ser ético, entre outras
coisas”, competências estas, que são esperadas em profissionais de todas
as áreas.
Entrevista de emprego
Para
a tecnóloga em Processos gerenciais Jéssica Gonçalves, durante uma
entrevista de emprego, além de saber mostrar suas qualificações para o
cargo e dizer as coisas certas para o selecionador, existem outros
fatores fundamentais que iram definir sua contratação ou eliminação do
processo seletivo, como: “ter postura na hora da entrevista, além disso o
candidato deve manter a calma, não se atrasar para a entrevista, deixar
o celular desligado, apresentar uma linguagem clara e informal, mas sem
gírias, preparar-se e não esquecer que o corpo também fala, por isso
deve-se controlar algumas ações involuntárias que denunciem o
nervosismo, impaciência, a falta de confiança entre outras coisas”.
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