NO AR: OS OPERÁRIOS DA PALAVRA

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cascavel: Por quê ainda há desempregados? Renan Bini

Segundo a agência do trabalhador, apesar do número de desempregados, o mercado de trabalho em Cascavel precisa de profissionais.

        De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), até maio deste ano foram criadas 2.671 vagas de emprego em Cascavel, sendo o setor de serviços, o responsável pela abertura da maior parte: 1.186 oportunidades. Além dos novos postos de trabalho, existem vagas em setores, aos quais a cidade já apresentava demanda de profissionais. Segundo a diretora da Agência do trabalhador de Cascavel Claudete Ferreira “há muitas vagas de emprego, principalmente na área de indústria e comercio”.
Paralelo às vagas ociosas, muitos não conseguem trabalho, como é o caso da estudante Débora Teixeira, 18. Para a jovem o problema do desemprego é causado pela falta de experiência dos candidatos a vaga, e até mesmo ao preconceito dos contratantes: “As empresas deveriam dar mais chances a quem procura o primeiro emprego, para que elas também possam adquirir experiência e não levar tão em conta a aparência, pois muitos não conseguem emprego pela forma física, as roupas que usam e até mesmo pela cor da pele”.
A também estudante Priscila Aguiar, 19, adentrou ao mercado de trabalho durante a realização desta reportagem, para ela a “escolha certa da roupa e ser coerente durante a entrevista” foi fundamental em sua contratação, além disso, de acordo com a jovem “cursar algo na área em que você procura também é importante, e principalmente se esforçar e não desistir, se alguma coisa não der certo, tem que continuar tentando” afirma Aguiar.
Segundo o Historiador, Mestre e professor da Univel Marcelo Hansen, múltiplas são as causas do desemprego: “a falta de qualificação de muitos trabalhadores, motivos econômicos nacionais e internacionais, bem como uma necessidade de manutenção de uma reserva”, considerando esse aspecto, o desemprego é uma forma de manter o piso salarial baixo “através de uma relação de oferta e procura”, relata Hansen.
O desemprego é extremamente prejudicial para a economia. De acordo com a economista Gressieli Fazoli, o problema afeta diretamente o consumo da população “reduzindo substancialmente o poder aquisitivo, isso repercute na produção, desestimulando-a, afetando a renda, o consumo e também a produção”. Para Fazoli, quando ocorre a queda nesses elementos tem-se a recessão econômica, nesse contexto, taxas de desemprego expressivas são o sinal claro que a economia não está enfrentando uma situação favorável.
Para a economista, em Cascavel, a o desemprego é resultado da falta de investimentos do governo, para a instalação de novas empresas no município, bem como políticas públicas eficientes, que visem a geração de trabalho e a qualificação profissional direcionada efetivamente “nas áreas que possuem vagas de emprego abertas no mercado de trabalho, que muitas vezes não são preenchidas em função do não enquadramento da mão de obra com as especificações do cargo”, afirma Fazoli.
Contrário ao preconceito de muitos que consideram os programas de auxilio do Governo Federal (bolsa família, Prouni entre outros) como estímulos ao desemprego, o historiador Marcelo Hansen afirma que os programas “contribuem para a geração de capital primário, estimulando o consumo das classes D e E”, assim, esse dinheiro não ficara retido nestas camadas, mas, “volta para a economia na forma de tributos ou de aquisição de variados produtos e créditos”, analisa Hansen.
     
O que deve ser feito?

       A economista Gressieli Fazoli afirma que para acabar com o problema do desemprego, é necessário que a prefeitura municipal de Cascavel “identifique as potencialidades mais atrativas da cidade, e motive as empresas a se instalem aqui”, bem como o incentivo as já existentes, para que ampliem as suas atividades, gerando mais postos de trabalho formais na economia local.
Já o historiador Marcelo Hansen, analisando o contexto histórico e os “benefícios” que o problema possibilita ao governo e empregadores (a reserva de mão de obra impede o aumento de salários), acredita que talvez seja impossível sanar o problema. Para ele, “as ações por intermédio do Estado, estimulando a produção e consumo internos, a exportação, as medidas de programas como Minha Casa, Minha Vida, as reduções de impostos com IPI, podem reduzir o problema, estimulando o consumo, e a geração de empregos na construção e na indústria, mas não acabar com o problema”.

Exigências do Mercado de trabalho
Assim como o mundo mudou, e nós exigimos tudo cada vez mais rápido, o mercado de trabalho também é assim, e necessita de profissionais pró ativos. De acordo com a tecnóloga em Processos gerenciais Jéssica Gonçalves, “o mercado espera pessoas que dominem várias áreas, desde a informática, internet, ao menos um idioma estrangeiro, e principalmente sua área”.
Para complementar estas qualidades, Gonçalves destaca a necessário de o profissional possuir competências comportamentais, ou seja: “ser maduro emocionalmente, ter flexibilidade de se adaptar às mudanças, capacidade de trabalhar em equipe e manter um bom relacionamento com os colegas, comprometer-se de fato com os objetivos, ser ético, entre outras coisas”, competências estas, que são esperadas em profissionais de todas as áreas.

Entrevista de emprego
Para a tecnóloga em Processos gerenciais Jéssica Gonçalves, durante uma entrevista de emprego, além de saber mostrar suas qualificações para o cargo e dizer as coisas certas para o selecionador, existem outros fatores fundamentais que iram definir sua contratação ou eliminação do processo seletivo, como: “ter postura na hora da entrevista, além disso o candidato deve manter a calma, não se atrasar para a entrevista, deixar o celular desligado, apresentar uma linguagem clara e informal, mas sem gírias, preparar-se e não esquecer que o corpo também fala, por isso deve-se controlar algumas ações involuntárias que denunciem o nervosismo, impaciência, a falta de confiança entre outras coisas”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário