Depois de uma saída com motivos desconhecidos da TV Tarobá,
“Parangolé” não possuía planos, mas foi imediatamente acolhido pela Rede
Record.
Por Maicon Santos
Nery de Mello, mais conhecido como “Parangole”, tem 42 anos e
nasceu no dia 2 de outubro de 1970 na cidade de Francisco Beltrão no sudoeste
do Paraná. Desde pequeno sempre sonhou em ser radialista e ainda adolescente
começou a atuar na área.
Estreou na profissão de
radialista na Rádio Cristal de Marmeleiro – PR e passou por mais sete
emissoras da região antes de entrar para a televisão na apresentação de
programas policiais. Em 2004 veio para Cascavel trabalhar na TV Tarobá como
apresentador e repórter policial, ficou até fevereiro de 2012 quando foi comunicado
que o programa sofreria alterações Atualmente, é um dos apresentadores do
programa Balanço Geral na Ric Tv Record ao meio dia.
Quando que você
começou a trabalhar? Em
Maio de 1986 eu tinha 16 anos e comecei a trabalhar com carteira assinada como
Radialista Profissional Provisório por 3 anos.
Após este período
tornei-me profissional. Antes de trabalhar efetivamente na rádio eu fiz um
programa infantil aos domingos. Tinha duração de 45min e se chamava “A hora da
criança. Eu me recordo que escrevia no papel o que ia falar. Depois ajudei um
amigo em Santa Catarina, ele apresentava um programa aos sábados, a coisa
começou a ficar séria a partir de maio de 1986.
Quando surgiu o
apelido de Parangolé? O
“Parangolé” surgiu quando eu e mais alguns amigos participávamos de um programa
em uma rádio. O “Trincão”, “Kaká” e o “Pó de Arroz”, eram os personagens e o
meu precisava de um nome, então um colega falou que eu ia me chamar “Parangolé”,
e ficou.
Qual o significado
de “Parangolé”? Segundo
o dicionário, é lábia, conversa fiada, alguma coisa nesse sentido. “Parangolé”
faz parte do folclore nordestino, só que cada região o “Parangolé” tem um
sentido, mas só o apelido de acordo com o dicionário Aurélio “parangolé” é
definido como conversa fiada. Mas, na prática está longe do significado.
Qual a sua opinião
em relação a não obrigatoriedade do diploma de Jornalismo? Exigindo ou não ninguém vai roubar o que
você conquistou. Acho extremamente importante a obrigatoriedade do diploma
porque é uma maneira da classe se fortalecer e buscar o seu reconhecimento. As
portas praticamente se escancaram se você é portador desse documento porque
você tem ali um comprovante do teu investimento. O diploma de Jornalismo, nada
mais é que a chave para abrir a porta do mundo.
Alguém te inspirou
para seguir a carreira de radialista? De radialista, eu não sei, o que eu sei é que sempre gostei de
rádio. Meu pai ouvia muito rádio quando levantava de madrugada para trabalhar.
Lembro que ele ligava o rádio nas emissoras de São Paulo, na época: Globo,
Record, Capital e eu gostava porque chamava a atenção e mexia muito com o
imaginário.
Por que você demorou
em terminar os estudos? Na
época era comum, os meninos adolescentes querer ir ganhar o mundo, realizar os
sonhos longe dos pais. E eu fui me aventurar, fiquei um tempo longe da casa e
dos meus pais. Eu era um autodidata, desenhava, falava, mas com pouco estudo. E
chegou uma hora que eu precisei concluir parte dos estudos, foi onde surgiu a
oportunidade de fazer o supletivo. Eu já era casado quando consegui terminar os
estudos. Então, isso foi de certa forma prejudicial, consequentemente fiz o
vestibular, passei muito bem colocado em uma faculdade particular de jornalismo
em Pato Branco em seguida mudei para Cascavel e por motivos profissionais tive
que trancar um período.
Qual a diferença em
mudar do rádio para a televisão? O rádio facilita muito para as pessoas que estão entrando para a
televisão, evidentemente que você precisa fazer as suas adaptações. O rádio é
feito de um jeito você usa apenas o recurso da aúdio, já a televisão você
acrescenta mais uma diferença que é o visual, a imagem substitui mil palavras.
“É a primeira vez que estou falando sobre esse
assunto depois que eu sai da Tarobá”
Quando você
ingressou na TV Tarobá? Em
2004 cheguei a Cascavel, fazia assessoria de imprensa para um deputado
(Fernando Giacobo) quando terminou esse período entrei na TV Tarobá e permaneci
por um tempo apresentando o programa Tarobá Shopping aos sábados, depois fui
parar no Jornalismo até surgir a oportunidade de ir para Foz do Iguaçu e lá
fiquei de 2006 até março de 2007 como repórter apresentador. No dia 5 de março
do mesmo ano houve a estreia do programa Brasil Urgente regional sobre a minha
responsabilidade estava a produção e apresentação, ofício que desenvolvi até o
dia 20 de outubro de 2010 quando fui convidado pela direção da emissora para
assumir a produção e apresentação do programa Tempo Quente. Estava no primeiro
dia de férias com minha família em Fortaleza no Ceará, a comunicação veio por
telefone que havia a necessidade do meu regresso e eu regressei.
O que aconteceu após
a volta do seu sucessor? Ele
voltou. Deixei lá muitos amigos uma boa história e nenhum processo, nada que
possa desabonar minha conduta, deixei todo respeito, por conta disso as portas
ficarama abertas. Tanto que em setembro de 2012 quando José Roberto Neto faleceu
recebi vários convites para retornar, agradeci, porque vivo em momento da minha
vida e estou inserido nos projetos da nova casa. Essa é a primeira vez que eu
estou falando sobre esse assunto depois que sai da Tarobá.
Por que você saiu da
Tv Tarobá? Fiquei até
fevereiro de 2012 quando a direção tomou a iniciativa de reconduzir o antigo
apresentador. Fiquei surpreso, pois, o ibope apontava o programa com liderança
absoluta e quanto o faturamente era satisfatório. As pessoas gostavam, admiravam,
a minha apresentação muitos deles vinham e me falavam.
Eu sempre vesti a
camisa da TV Tarobá com dedicação e determinação, trabalhar alí foi a
realização de um sonho. Sai de férias em fevereiro e por iniciativa própria não
iria mais trabalhar na emissora. A direção tinha outro planos comigo, mas
decidi que era hora de tomar novos rumos, foi ai que decidi sair.
Alguma vez você teve
que falar algo que não queria? Nunca fui induzido a falar as coisas, sempre falei na medida em
que achava que tinha que falar, nunca ninguém me obrigou, eu fui pautado desde
o princípio por responsabilidade. Não posso criar uma morte, eu posso relatar
aquela morte o mais próximo possível do acontecimento. O jornalista não deve
pensar com a boca e falar com a língua, tem que ter responsabilidade, falar
pelos “cotovelos” pode causar problemas, as emissoras querem administrar
ganhos e não perdas.
Como você se vê
nessa nova fase? Eu acho
que televisão deixou de ser aquela coisa quadradinha, “engomadinha”. A
televisão precisa buscar mesmo que seja uma vírgula, ela necessita de
criatividade. A Ric TV Record veio para a minha vida num momento muito
especial, pois, eu sabia que não seria eterno na Tarobá. Quando a Ric soube que
eu pedi pra sair da Tarobá surgiu um convite, conversamos, acertamos e estamos
ai.
“O rio corre em direção ao mar e é pra lá que eu vou”
Pretende fazer outro
livro? Tenho um esboço e
já estou escrevendo o segundo livro que tem como título: “Nascido para
triunfar - a história de um vencedor”, não terminei ainda de escrever devido
algumas mudanças do projeto, mas, a previsão para concluí-lo é em breve.
As reportagens
policiais te afetavam sentimentalmente e psicologicamente? Ninguém de sã conciência vai ficar feliz
vendo uma mãe lamentar as perda de um filho ou de noticiar a morte de três ou
quatro pessoas da mesma família em um acidente, pessoa enforcado, tiro na
cabeça, o que você imaginar de tipo de morte eu já vi. Quando eu trabalhei em
Foz do Iguaçu houve um ano próximo de 300 assassinatos, ja cheguei a expressar
o meu sentimento de dor ao noticiar a morte de uma criança, isso me comoveu e
esse tipo de assunto continua a comover. Tudo isso abala psicologicamente
qualquer ser humano e eu não sou diferente.
Quais são os planos
futuros? Eu estou me
sentindo muito bem, tenho saido para a rua produzir reportagens que é uma coisa
que gosto de fazer. Acho interessante estar inserido externamente nos
acontecimentos. Pretendo continuar crescendo no grupo que estou inserido.
O humor ajuda na
profissão de jornalista? Ajuda,
porque a pessoa que é humorista imagino que viva um pouco mais, não que
profissionalmente se leve a coisa na brincadeira, mas é o meu jeito de ser faço
isso de forma natural, não ganhei dinheiro contando piada e causos.
Convidaram-me para fazer uma apresentação aqui em Cascavel, fiz um “stand up”
também fiz uma apresentação em Foz do Iguaçu e estive na Band em São Paulo no
programa “Sabadaço” dia 30 de agosto de 2003, com isso tudo eu só ganhei
experiência.
O rio corre em direção
ao mar e é pra lá que eu vou, você sabe por que o mar é desse tamanho? É porque
ele se sujeitou a ficar abaixo dos rios mesmo com essa grandiosidade.
O que te motivou a
escrever o livro “Repórter Policial Parangolé – nos bastidores da polícia”? Foram tantas coisas que se passaram
durante esse tempo que houve à necessidade de fazer uma coletânea dos
principais fatos porque trabalhar na televisão sabia que uma hora haveria á
necessidade de deixar esse acontecimento registrados, foi aí que surgiu o
lance de escrever o livro. Em julho de 1999 foi lançado o livro “Repórter
Policial Parangolé – nos bastidores da policia” contando alguns fatos sobre
homicídio, suicídio, “cornisse”, sequestro, por incrível que pareça eu tinha
todos os assuntos que pudessem formar o enredo literário. Esse livro trouxe o
desejo de ter um próximo.
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Texto de Maicon Roselio |
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