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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Não é bola - Renan Bini

Os avanços tecnológicos e a transformação dos indivíduos na sociedade pós-moderna, criou nos seus, a lúdica sensação de Impermeabilidade e Inexpugnabilidade. Conceito inicialmente aceitável, ao considerarmos a transfiguração do ser humano, isso, da primitiva faca do Homo Habilis ao mais avançado aplicativo de smartphone do Homo Sapiens Sapiens.

Edenismo utópico. Nunca fomos tão vulneráveis. Nossa Inexpugnabilidade é tão anêmica quanto a de uma Ameba. As necessidades básicas humanas ainda são as mesmas do período paleolítico. Retifico. Além destas, tornamo-nos uma sociedade mecânica, refém das próprias invenções. Algumas inclusive, possibilitando nossa própria extinção.

A passividade da nossa inexpugnabilidade comprovou-se nos últimos dias com o ressurgimento do vírus africano Ebola. Nem a maior economia mundial, nem o maior IDH, estão inertes à perenidade humana. Continuamos frágeis e mortais, tanto quanto a sociedade massacrada pela peste negra ou a gripe espanhola, e esse fato é assombroso.

Será que a nação brasileira esta preparada para uma possível pandemia do vírus que ceifa mais de 50% dos infectados e é tão alastrável quanto a Gripe? O país do futebol está acostumado a driblar para debaixo do tapete seus problemas educacionais, ideológicos, econômicos e sociais. Mas será que o tapete é inexpugnável a ponto de conter o Ebola?

O risco é real. É Ebola, não é bola, aliás, mesmo que fosse, nossa situação não seria uma das melhores.

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